Setor de petróleo e gás em Sergipe tem perspectiva de crescimento a médio prazo
O Estado de Sergipe terá uma enorme produção de gás natural a partir de 2026, produzindo 20 milhões m³/dia de gás canalizados do mar. Essa riqueza representará 20% da produção nacional e um importante fator de atração para empreendimentos com grande consumo de gás, como termoelétricas, indústrias de fertilizantes, vidros, cerâmica, petroquímica, entre outras atividades econômicas.
A expectativa, segundo a indústria, é gerar R$ 60 bilhões de investimentos por ano e triplicar a produção industrial, além da geração de 4 milhões novos empregos pelos próximos cinco anos. Esse cenário promissor de desenvolvimento econômico para Sergipe só foi possível a partir da nova Lei do Gás, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República em abril de 2021.
A regulamentação do setor foi fundamental para a abertura do mercado de gás, criando maior oferta, competitividade, investimentos e realizações que só serão possíveis a partir dessa nova lei. “A Sergás compra gás ao produtor, atualmente a Petrobrás, e distribui aos seus consumidores. A quebra do monopólio permite que outros agentes comercializem e participem de chamadas públicas e licitações”, explicou o diretor presidente da Sergás, Valmor Barbosa.
Considerado o combustível da transição energética, o gás natural é encontrado em volumes relevantes nos reservatórios do pré-sal. Ainda pouco usado nas residências, ele é o principal insumo de indústrias de vários segmentos como as vidreiras e ceremistas. Porém, o país deixa de aproveitar 55% do gás natural extraído por falta de infraestrutura de escoamento.
“A produção brasileira nacional de gás, principalmente com a entrada de novos campos offshore, tende a dobrar até o final dessa década. A rede precisa crescer, interconectar esse gás que está offshore, porque é importante que você consiga trazer ele para a terra para ele possa ser ofertado para as indústrias, consumidores, para a geração termoelétrica. É um volume grande que precisa ser transportado para atender a demanda”, disse Rogério Manso, presidente da Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto (ATGás).
Mais empregos
O setor energético em Sergipe já passa por transformações desde a aprovação da Nova Lei do Gás, que teve o deputado federal Laércio Oliveira como relator no Congresso Nacional. A inauguração da unidade de fertilizantes nitrogenados Unigel Agro Sergipe, antiga Fafen-SE, com a retomada da produção de amônia e ureia, ocorrida em maio, representou um marco para o desenvolvimento industrial e colocou Sergipe como uma das referências no segmento de fertilizantes brasileiro.
O retorno das operações possibilitou a volta de mais de 1.000 trabalhadores para os campos de atuação, além das transportadoras que voltaram a operar após dois anos de hibernação. “A Unigel é uma empresa está sempre pronta a investir para aumentar a sua produção e ser partícipe do desenvolvimento econômico e social do país e do estado de Sergipe. A condição para isso foi plantada com a nova Lei do Gás, um grande trabalho do deputado Laércio Oliveira”, disse Eduardo Barreto, diretor da Unigel.
Segundo ele, a lei foi importantíssima para viabilizar a abertura do mercado de gás. “Nós somos hoje consumidor livre, estamos utilizando plenamente toda a regulação moderna que a Lei do Gás propiciou para o mercado de gás do país, e isso permite pensarmos em situações futuras para maior utilização ainda do gás natural em condições competitivas imprescindível para a produção de fertilizantes”, ressaltou.
Mão de obra qualificada
Em agosto do ano passado, Laércio participou de encontros com possíveis investidores e parceiros para Sergipe, entre os quais o Governo do Rio de Janeiro, o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo) e ExxonMobil. Em pauta, a qualificação de mão de obra local a fim de atender às demandas que surgirão com as novas empresas que devem se instalar em Sergipe já a partir de 2023.
Laércio teve encontro com Roberto Ardenghy, presidente do IBP, que tem enorme experiência no tema petróleo e gás e mantém a Unibp (Universidade do Setor de Petróleo e Gás), com cursos de especialidades e durações diversas, tanto presenciais como EAD. “Para acessar esses empregos os nossos trabalhadores precisam estar plenamente qualificados”, explicou Laércio.
Ainda de acordo com o parlamentar, a aproximação do IBP com entidades que atuam na área de treinamento e qualificação de mão obra em Sergipe, como Senac, Senai, Sebrae, UFS, IFS e Unit abre oportunidades para inserir os sergipanos neste novo momento que vive o setor de petróleo e gás natural. “São empregos que exigem mão de obra tecnicamente especializada e pagam salários maiores, além de garantir estabilidade e segurança numa área em franco crescimento no mundo”.