O Senador do Emprego

Retomada nuclear

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Passado o susto do vazamento da usina de Fukushima, causado pelo tsunami que devastou parte do Japão, paulatinamente a geração de eletricidade a partir da fissão nuclear volta à tona, pelo simples fato de tratar-se de uma energia limpa e segura (até agora não foi noticiado que alguém morreu no Japão em consequência do grave acidente).

O fato é que a matriz energética mundial, ainda fortemente baseada na queima de hidrocarbonetos (petróleo, carvão e gás), além de altamente poluente, é identificada como a principal causa do aquecimento global, cujos malefícios à vida e ao planeta estão sobejamente conhecidos. Dessa forma, urge a substituição desta por outras fontes não poluentes, a exemplo das energias solar, eólica e nuclear, sendo esta última, do ponto de vista econômico, técnico e de escala operacional, a que melhor atende ao processo de desenvolvimento sustentável. Não é sem razão que países como a China, Índia e Rússia que, com o Brasil, formam o BRIC, estão investimento maciçamente na instalação de novas usinas nucleares.

O Brasil, no governo Lula, retomou o seu programa nuclear " que terá prosseguimento no governo Dilma " com a continuidade das obras da usina de Angra-III e projetou a implantação de mais oito usinas, sendo duas no Nordeste, atualmente a região mais carente de energia, em face do esgotamento do potencial hidráulico do rio São Francisco. E, nesse sentido, Sergipe apresenta-se com amplas condições de que aqui seja instalada uma dessas usinas, cujo investimento gira em torno de US$ 5 bilhões de dólares, com enormes benefícios para o nosso Estado.

Também na disputa pela implantação da primeira usina estão os Estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas. Além das condições econômicas e de infra-estrutura, sem dúvida pesarão as gestões políticas junto ao poder central, especialmente junto à presidente Dilma.

A primeira voz, em Sergipe, a levantar-se em defesa da energia nuclear e da instalação de uma usina em nosso Estado foi a do ex-governador Albano Franco, em diversos pronunciamentos na Câmara de Deputados e através de artigos publicados na grande imprensa. Posteriormente, depois de uma visita às usinas de Angra dos Reis, Sua Excelência, o dr. Déda, manifestou-se favorável à instalação.

Agora, com a retomada das discussões quanto a localização da primeira usina, o deputado Laércio Oliveira, sabiamente, vem trabalhando (ver matéria na revista IstoÉ) para que Sergipe seja o contemplado. Seria da maior importância se toda a bancada sergipana no Congresso Nacional cerrasse fileiras, sob a liderança do dr. Déda, na defesa desse projeto estruturante da maior importância para o desenvolvimento de Sergipe. Com certeza, ações políticas semelhantes estão sendo articuladas nos vizinhos Bahia, Alagoas e Pernambuco. A hora é esta.

Por Ivan Valença
Jornal da Cidade

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