Laércio Oliveira recebe no seu gabinete mães de vítimas de acidentes de trânsito
A família de Paulo Gustavo viajava tranquilamente na estrada entre Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, quando ao avistarem um acidente, reduziram a velocidade para não provocarem outra batida. Mas um caminhão vinha atrás em alta velocidade não teve a mesma cautela e bateu na traseira do carro da família. Era 4 de março de 2013. Paulo Gustavo estava na cadeirinha no banco de trás e morreu no caminho do hospital nos braços da mãe, Paula de Melo. O motorista fugiu sem prestar socorro. Segundo Paula, não se sabe se ele estava sob efeito de álcool ou drogas.
Ao tomar conhecimento do PL 7178/14 do deputado federal Laércio Oliveira, que prevê prisão para motorista bêbado que mata no trânsito, Paula Melo esteve no gabinete do parlamentar para discutir o assunto e convidar o deputado para participar de movimentos em defesa da causa. “No caso do Paulo Gustavo, o motorista deve responder por dois crimes: homicídio e omissão de socorro. É um absurdo que casos como esses continuem se repetindo e os que provoquem os acidentes, continuem impunes”, disse o deputado federal Laércio Oliveira.
Paula esteve no gabinete, acompanhada de Maria das Graças Albuquerque Melo, que também perdeu seu filho em um acidente trágico. Era 20 de março de 2011, quando o seu filho, o engenheiro Ítalo Albuquerque Melo, 21 anos estava de moto na Avenida Simeão Sobral e foi atingido por um motorista que invadiu a preferencial em alta velocidade. Ítalo morreu na hora. “Testemunhas falam que o motorista deveria estar bêbado, mas ele foi retirado do local sem fazer o teste do bafômetro”, disse Maria das Graças.
Paula de Melo e Maria das Graças também participaram da audiência pública do Movimento Não Foi acidente, realizada essa semana na Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados, que discutiu projetos que trataram do tema. Além do 7178/14 do parlamentar, também foi discutido o 5568/13. Também esteve na audiência a família do estatístico Alessandro Oliveira Conceição, que morreu num acidente em Brasília ao ser atingido por um Volvo a 180 km/h. O caso inspirou o projeto do deputado.
Laércio Oliveira (Solidariedade/SE) acredita que o Brasil precisa e uma legislação mais rígida para punir pessoas que matam ao dirigir bêbadas, visto que hoje raros são condenados e presos por isso. Se o PL for aprovado, a pena para quem provoque morte ao dirigir sob influência de álcool ou drogas será a prisão por de 12 a 30 anos. “Assim, entendemos que haverá uma redução significativa no número de acidentes com vítimas fatais no país”, afirmou o deputado, que antes de apresentar o PL, pesquisou a legislação de outros países e resolveu fazer uma lei mais rígida para quem dirige bêbado e mata no trânsito. O deputado partiu do exemplo francês, que mudou suas estatísticas tratando com rigor os crimes de trânsito.