O Senador do Emprego

Comissão do Senado debate a eficiência da terceirização

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Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o vice-presidente da CNC, deputado federal Laércio Oliveira, defende a eficiência da terceirização. O parlamentar, que desarquivou o PL 4330/04, afirmou ainda que a regulamentação da terceirização vai garantir os direitos dos cerca de 13 milhões de brasileiros que já trabalham atualmente sob esse regime. Ele participou da reunião representando o presidente da CNC, Antônio Oliveira. Também falaram na audiência, representantes da Força Sindical, CUT, CNI e especialistas da área.

Laércio Oliveira lembrou que a terceirização tem que ser plena, não pode ser apenas na atividade meio e nem se pode retirar da administração pública, especialmente as empresas de economia mista, a possibilidade de terceirizar. "A Petrobras não ganhará mais nada porque as petrolíferas no mundo inteiro terceirizam e o Brasil vai perder a competitividade internacional", afirmou Laércio, lembrando que a intenção não é reduzir custo, mas melhorar a eficiência.

O professor José Pastore, que é doutor Honoris Causa em Ciência e PHD em Sociologia pela University of Wisconsin (EUA), afirmou que a terceirização é a forma de divisão do trabalho da economia moderna. "Hoje, a produção de bens e serviços não é feita mais por uma única empresa; e feita por várias instituições, pela conjugação de vários parceiros. A Toyota, no Japão, trabalha com 500 fornecedores. Estes trabalham com 2 mil outros fornecedores, que constituem a Rede Toyota de Produção. E é graças a essa divisão do trabalho e à especialidade de cada um que a Toyota consegue fabricar um carro de boa qualidade. A competição não é entre a Toyota e a General Motors, mas entre a Toyota e a rede da General Motors. Vence a rede mais eficiente", disse.

O consumidor é quem compra o carro com maior qualidade e menor preço em decorrência dessa rede de produção, ele é que está usando essa qualidade, ele é que está usufruindo esse produto. "O consumidor é o grande beneficiário da divisão do trabalho. Se não fosse essa divisão, esse automóvel custaria caríssimo e teria, provavelmente, muito menos inovações do que tem", disse Pastore.

Pastore relata ainda que no Brasil, uma empresa que constrói um prédio de apartamentos opera em cadeia produtiva. Há uma rede de produção. A construtora contrata uma empresa especializada para fazer as fundações do prédio , que chega com o equipamento pesado, caríssimo, com pessoal também muito bem treinado, faz a fundação e vai embora trabalhar num outro prédio. Depois, entra uma empresa que trata da concretagem e vai fazer todo o serviço de estrutura do prédio. Termina e vai trabalhar em outro prédio. Depois entra o pessoal da alvenaria. Depois, os azulejistas, os carpinteiros, os eletricistas, os encanadores , os vidraceiros e os pintores. Essa é a terceirização na prática.

O grande benefício disso tudo é para quem vai comprar o apartamento. "Vocês imaginaram quanto custaria esse apartamento se a empresa construtora tivesse que comprar todo o equipamento pesado de terraplanagem, contratar pessoal para essa atividade e, depois de feita a fundação, encostar esse equipamento durante 24 meses até o lançamento do próximo prédio, deixando todo o pessoal na ociosidade? É a mesma coisa nos outros processos", explicou Pastore.

O professor afirmou ainda que é estranho que no Brasil haja tanta polêmica a respeito da terceirização, que nada mais é do que uma mera divisão do trabalho para atender melhor a sociedade, aos clientes, aos consumidores.

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