Da eleição de Arthur Lira ao diálogo necessário e respeitoso
A eleição recente do progressista alagoano Arthur Lira à presidência da Câmara dos Deputados significa a abertura de um efetivo e constante canal de diálogo entre todos os membros do parlamento, fundamental numa conjuntura em que precisamos avançar com pautas viscerais para a retomada do desenvolvimento no país, sem que se perca de vista, nem por um instante, a manutenção da saúde e da vida dos brasileiros.
Arthur Lira, meu correligionário no Progressistas, tem o espírito conciliador de que o país precisa. Afirmou por várias vezes que a condução dos trabalhos seria na base do “nós”, em vez de na do “eu”, numa alusão direta ao perfil afeito à centralização de seu agora oficialmente antecessor, Rodrigo Maia.
Apenas o diálogo respeitoso e voltado ao interesse coletivo pode contribuir para livrar o Brasil de uma polarização ideológica que nenhum proveito trouxe na prática ao país, nem a seus cidadãos. Ao contrário, o que se viu e ainda se vê são brigas, ofensas, até famílias divididas por um debate no qual falta o principal ingrediente: respeito. A busca por tal rarefeita harmonia, respeitadas as divergências normais no Estado Democrático de Direito, foi uma das principais razões pelas quais passei a defender e apoiar a candidatura Lira, vindo mesmo a coordená-la.
Insisto que só o diálogo profícuo pode promover algum equilíbrio em meio a essa conflagração rotineira, sobretudo por intermédio das redes sociais. E as casas legislativas, sob a condução de parlamentares dispostos a essa salutar troca de ideias e argumentos, são um ótimo começo. Falando pela Câmara dos Deputados, a casa onde atuo, posso afirmar que Arthur Lira é um conciliador nato e suas posturas vêm atestando que atuará com independência do Executivo, ouvindo a todo o amplo espectro ideológico hoje observado na Câmara.
Vamos a alguns exemplos de excelentes propósitos expressos pelo novo presidente da Câmara Federal, tão logo se sagrou vencedor no pleito: “Temos que examinar como fortalecer nossa rede de proteção social. Temos que vacinar, vacinar, vacinar o nosso povo. Temos que buscar o equilíbrio das nossas contas públicas”, disse, fazendo um resumo bastante preciso de prioridades que, acredito eu, sejam unânimes, ou perto disso.
Lira antecipou ainda a pretensão de procurar rapidamente o também recém-eleito presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para que operem em conjunto a votação do que chamou de “uma pauta emergencial”, de modo a destravar temas urgentes. Entre eles se inclui, como dito, o fortalecimento da proteção social às camadas de maior vulnerabilidade econômica, o que, outra vez, creio ser um desejo de todos – ao menos dos que têm empatia pelo sofrimento alheio, mesma força-motriz basilar quanto à necessidade de que seja acelerado o programa de vacinação contra a covid-19 no país.
Num apanhado de suas posições, a pedido do portal G1, Arthur Lira diz: “Qualquer projeto, seja de direita, de centro, de esquerda, seja econômico ou social, que estiver amadurecido na sociedade brasileira e que contar com a maioria da aprovação no colégio de líderes, será pautado automaticamente, e o resultado será democraticamente resolvido no plenário. O papel do presidente é estar ao centro do plenário, olhando para os dois lados e conduzindo com absoluta isenção os trabalhos legislativos”. Acredito nisso. Foi essa a confiança a me mover e o afirmo em rápida resposta a algumas acusações levianas disparadas por detratores da campanha de Lira, sobre os deputados que a apoiaram.
A hora é de cuidar dos brasileiros, fazendo política como ela deve ser: pela somação de forças, pelo diálogo respeitoso e bem intencionado, cuja base sólida está no interesse do país e de seus cidadãos. A controvérsia faz parte da Democracia, a aprimora justamente na medida em que, expostos livremente – e ouvidos – todos os argumentos pró e contra cada questão, se chegue ao máximo possível de consenso. Tenho esperança e fé de que assim caminharemos.
*Deputado federal (PP/SE), presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/SE)