Deputados levarão ao Planalto queixas de empregados de Belo Monte
Os deputados federais que visitaram nesta quinta-feira (3) as obras da hidrelétrica de Belo Monte, no oeste do Pará, vão levar ao governo federal as reclamações dos trabalhadores, que completaram 11 dias em greve.
A ideia é tentar convencer o governo a "entrar em campo" para negociar o fim da paralisação.
"Caso não haja acordo entre sindicato e consórcio, vamos levar a questão até a última instância e falar com a Casa Civil da Presidência sobre o problema", afirmou o deputado federal Laércio de Oliveira (PR-SE), que propôs a visita.
Segundo ele, o sindicato já está disposto a encerrar a greve e tentará dialogar hoje com o consórcio. Caso haja algum avanço, é possível que a paralisação termine.
Até o momento, a Secretaria-Geral da Presidência diz que considera a greve uma questão entre empresa e trabalhador e que, por isso, não iria intervir na negociação.
O Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada) anunciou greve no último dia 23 e descumpre uma decisão da Justiça do Trabalho do dia 25 que decretou a greve ilegal.
O CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) estuda propor novas medidas judiciais contra o sindicato.
Uma comitiva da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, formada pelos deputados Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), Laércio de Oliveira (PR-SE) e Lira Maia (DEM-PA), foi até os canteiros de obras e conversou com integrantes do Sintrapav e do CCBM.
Os trabalhadores se queixaram das condições de trabalho. Reclamaram que "só comem e trabalham", pois dizem que demoram para visitar a família e que têm poucas opções de lazer na região.
Eles pedem aumento no vale-alimentação, de R$ 95 para R$ 300, e diminuição no intervalo entre as folgas para visitas às famílias, de seis meses para três meses.
A hidrelétrica de Belo Monte é uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, quando estiver concluída, em 2019, será a terceira maior hidrelétrica do mundo.
Por AGUIRRE TALENTO
Folha de São Paulo