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Empresários japoneses pedem reformas tributária e trabalhista para facilitar investimentos

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Empresários japoneses defenderam nesta quarta-feira (3) a aprovação de reformas tributária e trabalhista para reduzir o custo Brasil. Eles participaram de debate na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados.

O presidente da Mitsubishi do Brasil, Aiichiro Matsunaga, considera a redução do custo Brasil imprescindível para a manutenção dos investimentos no País e da competitividade das empresas japonesas instaladas aqui. Ele defendeu reformas no sistema tributário, principalmente na cobrança do ICMS.

Na área trabalhista, Matsunaga defendeu flexibilidade às regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ele afirmou que a correção obrigatória do salário mínimo afeta o fluxo de caixa das empresas e compromete a competitividade de indústria brasileira.

O presidente da Mitsubishi também alertou sobre as demissões necessárias para reduzir o custo de mão de obra das empresas, principalmente dos empregados que atingem nível salarial mais alto com o tempo de serviço.

Aumento dos investimentos
O presidente da Câmara de Comércio Brasil-Japão, Thoshifumi Murata, ressaltou que os investimentos das empresas japonesas no País cresceram após a crise econômica nos países asiáticos em 2008. Ele afirmou, no entanto, que os investimentos aumentariam no atual cenário de crise no Brasil se o ambiente de negócios se tornasse mais favorável.

"Apesar de o governo interino Temer mostrar grande confiança ao mercado, a nós parece que levará um considerável tempo para que o Brasil possa sair dessa crise. Mas com a esperança de uma reforma estrutural no País, as empresas japonesas continuam possuindo forte interesse em investir no Brasil”, declarou.

Murata disse que parte dessa mudança poderá ser a assinatura de um acordo de parceria econômica entre Brasil e Japão. Ele informou que, atualmente, 230 empresas japonesas são associadas à Câmara de Comércio Brasil-Japão.

Projetos conjuntos
Autor do requerimento para o debate, o deputado Luiz Nishimori (PR-PR) comemorou os planos de investimentos e projetos dos empresários japoneses no Brasil. "Hoje, o Brasil conta com aproximadamente 1,5 milhão de nipo-brasileiros que contribuem ativamente com o progresso e o desenvolvimento do Brasil. Essa é uma parceria que trouxe benefícios para ambas as partes com vários projetos, como o Prodecer, Usiminas e outros, como também muitos investimentos. Hoje, existem no Brasil aproximadamente 700 empresas japonesas", declarou.

Brasil e Japão também estão unidos no esporte. O representante da embaixada do Japão no Brasil, Yoshitaka Hoshino, afirmou que as autoridades japonesas estão atentas aos jogos Rio 2016. Em 2020, Tóquio sediará os jogos olímpicos. Ele destacou ainda a importância de Zico, maior ícone do futebol no Japão, e o sucesso do judô no Brasil – hoje o país com maior número de praticantes, 2 milhões de atletas, 4 vezes mais do que o Japão, onde surgiu o esporte.

O presidente da comissão, deputado Laercio Oliveira (SD-SE), ressaltou a importância da discussão de novos negócios entre empresas brasileiras e japonesas. Ele se disse entusiasmado com a sintonia e a identificação das necessidades que empresários de ambos os países enfrentam e defendeu a continuidade do debate.

Investimentos no Nordeste
O deputado Júlio Cesar (PSD-PI) sugeriu a transferência dos polos de investimentos do Sudeste para o Nordeste, com a instalação de zonas de processamento de exportação (ZPEs) e zonas francas na região para diminuir as diferenças de renda do País.

Júlio Cesar também perguntou sobre a intenção de os japoneses investirem no agronegócio na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Os representantes japoneses responderam que sim, mas afirmaram que, para materializar projetos, o governo brasileiro precisaria apresentar um plano de investimentos estrangeiros.

Sobre as críticas à carga tributária brasileira, Júlio Cesar destacou que ela representa 37% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e alertou que países da Europa superam esse índice. Ele também destacou que já há 25% de renúncia dos estados com ICMS, mas concordou com a necessidade de mudanças na cobrança do tributo.

Por Agência Câmara

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