O Senador do Emprego

Jovens de Santa Luzia recebem qualificação profissional e estimulo para empreender

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Alunos da rede municipal de Santa Luzia do Itanhy, que tinham talento especial em raciocínio lógico, foram selecionados e capacitados em programação de computadores. Aos poucos, alguns começaram a ajudar as escolas dos seus povoados atuando como instrutores voluntários de programação básica. Trata-se do programa “Robótica na Educação” implementado em parceria com o Instituto de Pesquisas em Tecnologia e inovação (IPTI) e pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia. Ao conhecer as ações desenvolvidas, o deputado federal Laércio Oliveira empenhou R$ 200 mil para o projeto.

O IPTI desenvolveu também uma tecnologia social cujo objetivo é melhorar a qualidade do ensino e aprendizado de português e matemática e esta tecnologia usa tablets com conteúdos digitais para os alunos. “Juntando as duas coisas, surgiu a ideia de ampliarmos o trabalho para robótica, para que os alunos possam ampliar seus conhecimentos em software e hardware, mas também para eles desenvolverem atividades de robótica que ajudem os alunos do ensino fundamental a aprender português e matemática de maneira mais lúdica e eficaz”, afirmou Saulo Faria Almeida Barretto, relacionamento Institucional e Novos Negócios do IPTI.

Empreendedorismo na moda
Além desse projeto, o IPTI desenvolve ações de incentivo ao empreendedorismo na região a exemplo da formação de um grupo de ilustradores de Santa Luzia do Itanhy que criaram a marca Casa do Cacete, uma ação de economia criativa e educação ambiental. Essa paixão pelo desenho fez com que surgisse uma parceria empreendedora no mundo da moda: a Morena Rosa adotou ilustradores que vão fazer os desenhos que estamparão as peças da coleção de inverno 2017 da marca. “Nossa expectativa é que os jovens do possam empreender também no setor de TI, tanto em programação quanto em robótica”, explicou Saulo Faria.

“Vagas no mercado de trabalho convencional estão escassas, especialmente em concursos que são muito concorridos. O empreendedorismo é uma importante porta para o ingresso dos jovens na vida profissional. Trabalhar por conta própria, gerenciar o próprio negócio e autonomia financeira tem chamado cada vez mais a atenção das pessoas. Por isso é importante estimular projetos como esses”, informou Laércio.

O nome da marca “Casa do Cacete” é uma alusão a uma expressão que em Sergipe significa algo que é muito distante, difícil de chegar. O valor transformador surge quando um novo olhar chega ao Manguezal e suas lendas, texturas, cores e cheiros fazem a comunidade reconhecer- se em cada canto da Mata do Crasto. Em outubro de 2015 a marca ganhou o Prêmio de Inovação Comunitária, também chamado de OP (Outra Parada), patrocinado pela BrazilFoundation. O prêmio, que apoia iniciativas informais apadrinhadas por instituições parceiras, como o IPTI, permitiu que a proposta de montar uma estamparia básica em silk screen para produção de camisetas abordando a estética do manguezal se tornasse real, começasse a tomar forma.

Workshop de Design de Moda
A partir daí a parceria com o Instituto Morena Rosa se tornou ainda mais forte. Entendendo que o processo de serigrafia é uma técnica artesanal bastante complexa e enxergando o potencial criativo e empreendedor da Casa do Cacete, a marca levou até Santa Luzia do Itanhy o Workshop de Design de Moda e Estamparia. Os designers e técnicos ministraram durante cinco finais de semana oficinas abertas para os ilustradores e para a comunidade do povoado sobre história da arte, história da moda, desenvolvimento de coleções, tipos de estampas, técnica de estamparia em silk screen e branding, além da doação de telas, tintas e materiais para o início de um sonho ilustrado em camisetas.

Tudo isso permitiu que a vontade de levar os elementos da cultura local para o mundo através da Moda se tornassem reais. Trazendo uma estética leve e contemporânea e com o compromisso principal com a preservação do Manguezal, ecossistema fundamental para a vida do planeta, a veia “eco” da marca explica-se por sua própria essência: “nascemos e vivemos do mangue. A importância que os rios Piauí, Real e Fundo têm na nossa história e em nosso cotidiano é uma provocação diária como um desejo de preservar e perpetuar as lendas que vão e vêm nos pequenos barcos dos pescadores”, informa a descrição do grupo no site (www.casadocacete.com.br).

Os ilustradores da Casa do Cacete hoje disseminam o conhecimento para crianças e adolescentes dos povoados onde moram, utilizando cartilhas criadas por eles mesmos em turmas montadas no contra turno das escolas. Nas aulas os alunos pintam e ilustram elementos do Manguezal em materiais simples como grafite e lápis de cor numa ação de educação ambiental através da arte buscando resignificar a estética dos recursos naturais da região e provocando a sensação de pertencimento com o local onde vivem.

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