Laércio diz que setor produtivo precisa rever o valor do voto
Em evento realizado pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), com cerca de 400 participantes no Espaço Fecomercio, em São Paulo, o deputado federal Laércio Oliveira fez considerações acerca da crise, afirmando que o aspecto político se sobrepõe ao econômico. O evento reuniu indústria, agentes de distribuição, parlamentares e entidades para debater estratégias que devem nortear os negócios da cadeia de abastecimento do Canal Indireto em 2016.
Diante de um cenário de desvalorização de ativos e baixa confiança nas áreas política e econômica, o debate ressaltou a importância de atentar para as oportunidades de investimento e para a necessidade do engajamento do setor produtivo as questões cruciais para o país.
“O que a gente precisa é exercer nossa criatividade, manter nossas esperanças porque as dificuldades seguem, os problemas continuarão se apresentando, mas é preciso disposição para poder enfrenta-los
Laércio Oliveira, que é vice-presidente da Frente Parlamentar Mista dos Agentes de Abastecimento do Pequeno e Médio Varejo, fez considerações acerca da crise e concordou que o aspecto político se sobrepõe ao econômico.
O deputado chamou atenção para o grande número de empresas que hoje enfrentam recuperação judicial, bem superior ao número registrado na crise de 2008, um forte sintoma da atual falta de confiança no Brasil. Para ele, deveria haver mais senadores, deputados e ministros ligados ao setor produtivo porque eles sabem das dificuldades que atingem o setor.
“Mesmo que não concorram a cargos, pondera o deputado, os empreendedores precisam rever a importância do voto, além de se envolver de forma mais ativa nas questões políticas, de modo a pressionar, de forma legítima, por leis mais adequadas às necessidades da sociedade, assim como é preciso que o governo repense os modelos políticos e econômicos do país. Precisamos pensar um Brasil diferente”, afirmou.
O presidente da ABAD, José do Egito Frota Lopes Filho, presente no debate, lembrou que a ABAD, associada a outras seis entidades setoriais, faz parte da UNECS – União Nacional das Entidades do Comércio e Serviços, criada justamente para incrementar a participação desses setores na elaboração e aprovação de leis que afetam as empresas por eles representadas.
Ele também ressaltou a importância do engajamento do setor produtivo, que deve apoiar-se na importância econômica dos setores de comércio e serviços para cobrar do Congresso leis capazes de destravar o desenvolvimento econômico, com destaque para a questão da simplificação dos tributos, uma medida essencial que beneficiaria toda a economia.
Participaram do evento as entidades que integram a UNECS – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Associação Nacional de Materiais de Construção (ANAMACO), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) – representam setores que, somados, atingem faturamento de R$ 817,9 bilhões, ou 16,1% do PIB.
Esses números equivalem a 83,7% das vendas da indústria de alimentos e bebidas, 100% das vendas do food service e 64,9% das operações com cartão de crédito e débito no Brasil. Juntos, os setores que compõem a nova entidade são responsáveis por 9,91 milhões de empregos, o equivalente a 20,3% das vagas formais do país.