Laércio manifesta preocupação com o fechamento da Fafen na Bahia e os impactos em Sergipe
O senador Laércio Oliveira (PP-SE) externou apreensão com as dificuldades por que vem passando a Unigel para manter as unidades antigas Fafen’s em operação. “Tenho procurado diversas esferas do Governo Federal, apoiando o esforço do Governador Fábio Mitidieri, para encontrar uma forma sustentável para a continuidade da operação das plantas de fertilizantes nitrogenados que envolve necessariamente o suprimento de gás natural a preços competitivos com unidades de outros países”, disse o parlamentar.
No dia 3 de novembro, a Unigel anunciou a decisão de encerrar as operações na antiga Fafen de Camaçari/BA, causando a demissão de mais de 380 trabalhadores. Agora, a Petrobras volta a sinalizar disposição de dar continuidade à negociação de uma operação de industrialização sob encomenda, com curto prazo de duração, não dando segurança com relação à perenidade da produção.
“Posso testemunhar as inúmeras reuniões que a Diretoria da Unigel manteve com o Ministério de Minas e Energia, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Ministério da Agricultura, Ministério da Economia e Petrobras na busca de uma alternativa que possibilitasse a continuidade das operações das unidades de Camaçari, na Bahia, e de Laranjeiras, em Sergipe. Estive presente em várias dessas reuniões. Na maioria das vezes, todos os interlocutores compreendiam a situação e concordavam com a necessidade do Brasil aumentar a produção nacional de fertilizantes, porém não conseguiam dar encaminhamento a uma solução estruturada para um problema de grande gravidade”, observou Laércio.
O senador lembrou que unidade de Sergipe esteve parada por quatro meses durante este ano, mas voltou a operar e ainda está em funcionamento. “O anúncio feito pela Unigel na Bahia aumentou muito a apreensão do Governo de Sergipe e dos funcionários da unidade de Laranjeiras com relação a quanto tempo mais a unidade estará operando, causando uma enorme inquietação a seus funcionários e todos prestadores de serviços vinculados a essa importante cadeia econômica no Estado de Sergipe.
Laércio lembra, ainda, que o presidente Lula em seu discurso de posse disse que o Brasil precisa investir mais na produção de fertilizantes. No dia 27 de junho, durante o lançamento do Plano Safra, afirmou que a produção doméstica de fertilizantes a partir do gás natural é uma prioridade do seu terceiro mandato, citando a invasão da Ucrânia pela Rússia, afirmou que “um país que tem a riqueza agrícola do Brasil não pode ser dependente de fertilizante de outro país”. Concluiu o Presidente dizendo que “Temos que ter capacidade, competência e disposição política de transformar esse país num país autossuficiente. Inclusive de nitrogenados. E nós vamos fazer, estejam certos”.
“Estamos em vias de encerrar o primeiro ano do mandato do atual Governo e, infelizmente, nada de concreto foi feito para o desenvolvimento da indústria nacional de fertilizantes, nem sequer para assegurar a continuidade das operações das unidades industriais do setor”, observou Laércio.
O Senador falou ainda que tem conhecimento de uma negociação em andamento da Unigel com a Petrobras para um contrato de industrialização sob encomenda em que a Estatal entregaria gás de sua propriedade e receberia o produto da industrialização, amônia e ureia, mediante pagamento do serviço. “A demora da definição desse contrato terminou levando a Unigel a não mais suportar a espera, na medida em que vem acumulando prejuízos que hoje ameaça a própria solvência financeira do grupo empresarial. Seguramente, o tolling não é uma solução sustentável no longo prazo, entretanto, serviria para, pelo menos, manter os empregos no momento atual”, explicou.
Laércio acrescentou que o Brasil precisa do aumento da produção nacional de gás natural e desconcentração da participação do agente dominante de mercado para que tenhamos gás natural a preços competitivos e a partir daí podermos desenvolver a indústria nacional. “No momento em que necessitamos de uma política de Estado para o gás natural que viabilize o desenvolvimento de atividades estratégicas para o país, como é o caso dos fertilizantes, vimos nota da FUP – Federação Única dos Petroleiros, de forma oportunista, defendendo o retorno das unidades para a Petrobras, desconsiderando que o custo de operação da Estatal seria muito superior ao que a UNtem hoje”, observou.
“Atentem para o fato de que a Unigel opera a unidade de Sergipe com metade da quantidade de funcionários que a Petrobras mantinha na planta industrial quando estava sob sua gestão, o valor dos salários é inferior ao pacote de benefícios pagos pela Petrobras, e, ainda assim, o negócio vem gerando vultosos prejuízos! Imaginem se voltar a ser estatal!”, disse.
Laércio chama a atenção ainda dos colegas senadores Otto Alencar, Jaques Wagner e Ângelo Coronel, ambos do Estado da Bahia, na busca de uma solução definitiva para que as antigas Fafen`s da Bahia e de Sergipe possam operar de forma sustentável e duradoura, “Estarei à disposição dos Excelentíssimos Senadores da Bahia para atuar de forma articulada, em todas as frentes necessárias, para o retorno da produção da unidade de fertilizantes da Unigel em Camaçari, preservando os empregos e assegurando o suprimento de matéria prima de diversas outras unidades industriais da Bahia”, observou.