O Senador do Emprego

Para derrubar veto do FGTS faltou voto de um empresário, diz deputado

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 Faltou o voto de um empresário para derrubar a cobrança da multa extra de 10 % do FGTS. Esta é a opinião do deputado federal Laércio Oliveira (PR-SE), que participou de reunião de diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada nesta sexta-feira (20), em Florianópolis, e defendeu maior participação dos empresários no processo político. A manutenção da cobrança adicional foi sacramentada pelo Senado. Seriam necessários os votos de 41 senadores para derrubar a multa, mas o número ficou em 40.

Ele disse que no dia seguinte à votação que manteve a taxação foi feita uma pesquisa na Câmara dos Deputados e constatou-se que 290 parlamentares votaram pela derrubada. "De quem foi o voto que faltou? indagou ele, que em seguida respondeu "de um empresário, infelizmente. Somos muito poucos naquela casa para fazer muita coisa", disse.

"O que o governo fez com a gente não se faz com ninguém. Perdemos a votação por um voto. Vivo desse lado (ele é empresário), assino folha de pagamento, sei o quanto custa", afirmou, conclamando os empresários a participar mais das decisões políticas em Brasília, especialmente agora que o projeto que regulamenta a terceirização está no plenário da Câmara. Oliveira esclareceu que a aprovação dessa lei vai proteger os direitos dos trabalhadores e dar segurança jurídica às empresas. "Ninguém quer a precarização", salientou.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, disse que há uma indignação dos industriais de Santa Catarina com a decisão do Congresso de manter a multa. "Uma vez que o adicional já tinha cumprido sua finalidade, não há razão para permanecer vigente. Infelizmente não tivemos sucesso, mas não vamos desanimar. A luta continua para que o projeto da terceirização seja aprovado para acabar com a insegurança jurídica", afirmou.

Laercio destacou a importância dos empresários gerirem bem as empresas, mas enfatizou que isso não é suficiente. "Querendo ou não somos regidos pela política. Se continuarmos desse jeito, jogaremos sempre na defesa e levaremos muita bola nas costas", alertou ele, chamando os empresários para mobilizarem-se em defesa do setor produtivo. "Não se distanciem de Brasília, se fizerem isso vão pagar mais", finalizou.

O parlamentar também participou de reunião conjunta da Câmara de Relações Trabalhistas da FIESC e da Câmara homônima da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/SC). "É importante nos unirmos em pleitos comuns, assim aumentam as chances de sucesso. A terceirização é importantíssima para o País, para a proteção dos direitos dos trabalhadores. É um assunto que precisa da participação da sociedade", ressaltou o presidente da Câmara da FIESC, Durval Marcatto Júnior.

O vice-presidente da Fecomércio, Célio Spagnoli, lembrou que manter a cobrança dos 10% do FGTS é contra o interesse da sociedade. "Temos que buscar forças para continuar lutando. Esse é nosso objetivo e numa reunião conjunta se buscam novas ideias e argumentos para apoiar nossos representantes no Congresso Nacional", disse.

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