União do setor de Factoring marca o V Simpósio
Repetida várias vezes no último dia 20/09, a palavra união foi a tônica nos depoimentos dos deputados que estiveram no evento: Arnaldo Faria de Sá, Célia Leão e Laércio Oliveira. Na plateia, igual estado de ânimo, em meio à presença de dirigentes sindicais de 15 Estados, um número inédito.
Quem participou do V Simpósio dos Empresários de Fomento Mercantil do Estado de São Paulo, realizado na FECOMERCIO-SP, teve bons motivos para sair de lá acreditando que o setor está gradativamente ajustando suas demandas e, ao mesmo tempo, unindo forças para se fortalecer ainda mais.
Um exemplo dessa nova fase do fomento mercantil nacional foi a presença no evento, com posterior reunião na sede do SINFAC-SP, de presidentes e diretores de entidades congêneres de boa parte do País.
O anfitrião Hamilton de Brito Junior recebeu Jeferson Terra Passos (MG), José Goes (PR), Luiz Napoleão da Silva Brito (DF), Luiz Paulo Silva (ES), Marcelo Martins Gentil (CE/PI/MA/RN), Olmar João Pletsch (RS), Orlando de Souza Santos (GO/TO), Raimundo Nonato Nogueira da Costa (PA) e Ruy César Barbosa (vice-presidente, MS), Márcio Henrique Vincenti Aguilar (vice-presidente, RS) e José Carlos Cardoso Antunes (SC/CS).
Após o Simpósio, todos se reuniram na sede do SINFAC-SP, onde foram discutidos temas comuns aos sindicatos em suas atuações diárias e, comprovando a união do segmento, já está agendada a próxima reunião deste ano, para o mês de novembro.
Em seu pronunciamento, o presidente do SINFAC-SP abordou a "terceira via", projeto que defende uma mescla entre os pontos positivos do PL 3615/2000 e o PLC 13/2007, respectivamente gestados por Câmara Federal e Senado.
"Nossa classe está unida em torno desta ideia, especialmente no que tange a redução da carga tributária relativa ao PIS e à Cofins, de 9,25% para 4,65%, além da possibilidade de atender às principais reivindicações da classe, tais como direito de regresso, garantias e operações de fomento à produção. Todos estão pensando da mesma forma, lutando por interesses comuns", argumentou.
Hamilton de Brito Junior frisou também que é preciso mudar a imagem do factoring, com o reforço de atitudes como a emenda que insere o setor no novo Código Comercial.
Palestras
Após a abertura do presidente Brito Junior, precedido em sua fala pelo deputado federal Laércio Oliveira – que também enfatizou a importância de o setor manter-se coeso num momento tão crucial para a sua evolução -, a advogada e assessora do parlamentar, Amanda Tabosa, deu uma verdadeira aula sobre a emenda do factoring no novo Código Comercial.
Lembrou, por exemplo, que de um total de sete artigos, a emenda possui três considerados essenciais para o setor. O primeiro define que a atividade principal é a compra do ativo, o direito creditório em si; e a prestação de serviços, que são o acompanhamento processual e a análise de crédito, atividades complementares. "O texto prevê também o direito de regresso e a possibilidade de previsão de garantias, como a fiança", explicou.
Em seguida, com mesa composta pelo vice-presidente do SINFAC-SP, Marcus Jair Garutti, e pelo consultor jurídico da entidade, Alexandre Fuchs das Neves, o desembargador do TJ/SP Manoel de Queiroz Pereira Calças falou sobre a "Possibilidade de Pedido de Falência com Base no Contrato de Fomento Mercantil " Reflexos na Pessoa dos Sócios".
O magistrado foi enfático ao explicar aos participantes que atualmente o Poder Judiciário não vê com "maus olhos" o trabalho exercido pelas factorings. "Pelo contrário, sabemos que se trata de uma atividade importantíssima para a economia nacional, ao lado dos bancos, e que não se confunde com agiotagem", reconheceu.
Especializado em Liderança e Gestão de Pessoas, o professor da FIA-USP e da Fundação Dom Cabral, Eugênio Mussak, se apresentou em seguida, ministrando a palestra "O Líder que Transforma Desafios", sobre a importância das pessoas e do seu treinamento constante nas organizações, sobretudo se pretenderem alçar a liderança, processo que requer muita vontade, além da própria tendência natural.
Já o empresário Nathan Blanche, sócio-fundador da Tendências Consultoria Integrada, encerrou o Simpósio com a palestra "Como Sobreviver aos Novos Rumos da Economia", na qual aconselhou os empresários do factoring, dentre outras coisas, a operar com cautela e a curto prazo, por conta das incertezas que ainda existem no País.
Depoimentos
O presidente do SINDISFAC"MG, Jeferson Terra Passos, que pela primeira vez participou de um Simpósio do SINFAC-SP, avaliou como brilhante a palestra do desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças. "O direito de regresso, um dos maiores problemas hoje no nosso segmento, está sendo cada vez mais reconhecido pelo Judiciário."
Análise semelhante foi a de Willian Ranieri, proprietário da Cash Fomento, de Sorocaba, ressaltando ainda a importância da união dos empresários, assunto que também chamou a atenção de Jamir Crevelaro, sócio da Perdizes Fomento, um ativo participante das atividades do Sindicato. "A interação entre empresários e autoridades reforça o nosso engajamento na busca do fortalecimento do setor", afirmou.
Já para Rodrigo Pavan, da Direct Cred, que costuma acompanhar com regularidade os eventos do SINFAC-SP, a questão do pedido de falência foi muito bem abordada pelo desembargador Pereira Calças. "É uma ferramenta bastante utilizada no andamento de nossos processos. A existência da opção do pedido de falência contra devedores ajuda muito na cobrança", argumentou.
Parceiros
Patrocinado pelos parceiros Stand By Sistemas & Seguros, RGBsys e WBA, o evento contou com o apoio institucional de: Associação Nacional das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring (ANFAC), SINFAC-RS, Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (SESCON-SP), Associação das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (AESCON-SP), Associação Brasileira de Factoring (ABFAC), Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (SINDCONT-SP), OAB-SP, FECOMERCIO-SP e Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP).
Fonte: site do Sinfac
